Infeções Urinárias da Comunidade: Adaptação da Norma de Orientação Clínica
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Resumo
Introdução: As infeções do trato urinário são muito comuns na comunidade e são uma das razões mais comuns para a prescrição de antibióticos. O nosso objetivo foi identificar os microrganismos mais frequentes em uroculturas nos Cuidados de Saúde Primários, numa Unidade Local de Saúde e seu perfil de sensibilidade aos antibióticos.
Métodos: Estudo observacional e retrospetivo, baseado na identificação bacteriológica em uroculturas obtidas entre janeiro/2020 a dezembro/2021. Incluídos indivíduos de ambos os sexos e idade igual ou superior a 15 anos.
Resultados: Obtidas um total de 2788 uroculturas, 83% relativas a utentes do sexo feminino e 17% do sexo masculino. No sexo masculino, ao contrário do sexo feminino, não existiram diferenças significativas entre os grupos etários relativamente aos agentes isolados. O agente mais frequentemente isolado em ambos os sexos foi a Escherichia coli (64,89%), e a sua sensibilidade à fosfomicina é superior a 98% em todos os grupos etários, e igual ou inferior a 75% à amoxicilina-ácido clavulânico.
Conclusão: O tratamento empírico da cistite não complicada deve visar Escherichia coli. A amoxicilina-ácido clavulânico não deve ser considerada como tratamento empírico, com exceção nos doentes com antecedentes de litíase renal. O pivemecilinam seria uma opção viável em caso de disponibilidade para prescrição na comunidade. A seleção de antibióticos deve ser apropriada e de acordo com os padrões de resistência locais e com base em dados de estudos mais recentes, uma vez que a variabilidade das sensibilidades aos antibióticos pode alterar.
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